Chico.

O Finisterra hoje aloja-se no estúdio da editora Biscoito Fino, tendo Chico Buarque como personagem principal e "Carioca" como argumento. O processo de composição, o ambiente caseiro de um estúdio são motes para que a magia aconteça. O maestro já sexagenário sente-se de novo criança, faz-se rodear de muitos amigos e vai tirando coelhos da cartola com uma simplicidade desarmante. Curiosamente, "Carioca" (termo que designa um habitante do Rio de Janeiro) é também um tributo a São Paulo, cidade onde o compositor viveu a infância. Mas é, sobretudo, o regresso de Chico aos discos, com uma homenagem a Jobim pelo meio. É também o pretexto para o regresso de um dos mais notáveis compositores brasileiros aos palcos nacionais já a partir da próxima sexta feira numa extensa digressão pelos Coliseus, com paragem no Casino de Espinho pelo meio. Longe vão os tempos de Juninho da Adelaide; pelo meio Chico dispersou-se entre o teatro, o cinema e a literatura. Foi com o último livro, Budapeste, que recebeu galardões pelo mundo e que ocupou os últimos anos de trabalho, e agora sente-se, de novo, a aprender a escrever canções.

Locução e realização de Hugo Ferreira