3.11.05

Finisterra em torno de Anton Corbijn.

O Finisterra desta semana viaja até ao universo do fotógrafo e realizador holandês Anton Corbijn. Sem deixar de abordar o seu vasto trabalho na construção de imagens fotográficas dos grandes nomes da música pop rock, o programa centra-se na sua obra videográfica. Ao longo de quase uma hora, escutam-se depoimentos de músicos sobre o trabalho do realizador e ouvem-se canções que Corbijn filmou (com a excepção de Here I Am I Always Am, de Captain Beefheart). As palavras de Anton Corbijn, Bernard Sumner, Peter Hook, Stephen Morris, Joseph Arthur, Bono, Martin L. Gore e Nick Cave encontram-se no dvd The Work Of Director Anton Corbijn, editado recentemente pela Director’s Label.
Com realização e locução de Eduardo Brito, o segundo Finisterra da grelha 05/06 da RUC é emitido dia 4 de Novembro, às 23 horas (com replay às o2h00 de 10 de Novembro) e tem o seguinte alinhamento:

1- Joy Division – Atmosphere
2- Echo & The Bunnymen – Seven Seas
3- David Sylvian – Red Guitar
4- Palais Schaumburg – Hockey
5- Propaganda – Dr. Mabuse
6- Depeche Mode – Enjoy The Silence
7- Mercury Rev – Opus 40
8- U2 – One
9- Depeche Mode – Walking In My Shoes
10- The Killers – All This Things That I’ve Done
11- Captain Beefheart – Here I Am I Always Am
12- Nick Cave – Straight To You


ANTON CORBIJN

Anton Corbijn nasceu em Strijen, na Holanda, em 1955. A paixão pela fotografia começa aos doze anos e aos dezassete fotografa o seu primeiro concerto rock. Fascinado pela fotografia de música, muda-se para Londres em 1979. Começa por escrever cartas às bandas de que gosta, pedindo para fotografá-las. Por causa de uma fotografia de Elvis Costello, vai trabalhar para o NME.



Corbijn e Depeche Mode.

Ao longo de uma carreira de mais de vinte anos, Corbijn fotografa nomes como Leonard Cohen, Miles Davis, Captain Beefheart, Siouxie Sioux, Lou Reed, David Bowie, David Sylvian, John Lydon, entre muitos outros. A ele devemos toda a imagem dos Depeche Mode, desde 101 e Violator até aos dias de hoje, a ele devemos a mítica capa de Joshua Tree, dos U2.



Walking in My Shoes, 1993: Depeche Mode encontram Jeronimus Bosch.

As suas fotografias e telediscos têm uma particularidade única: são obras intensas, claramente identificáveis como suas, contendo um estilo próprio, uma assinatura, mas são igualmente dotadas de uma versatilidade que as torna suficientemente ajustáveis ao discurso dos artistas e músicos fotografados. A referida intensidade das suas imagens é-nos transmitida pelo forte contraste – a preto e branco ou a cores – e pelo recurso ao grão que, nas palavras do fotógrafo “simboliza a vida e o movimento”.



Atmosphere, 1986.

Como realizador, Anton Corbijn consegue transmitir as características das suas fotografias para a imagem em movimento. Constrói, também, uma estrutura narrativa que permite que o filme se autonomize da música, encontrando-a, algumas vezes, em pequenos pontos comuns ou oferecendo à canção um outro tipo de leitura e interpretação. Para além dos inúmeros telediscos, realizou igualmente “U2: Achtung Baby, the Videos, the Cameos and a Whole Lot of Interference From ZOO-TV”, em 1992, “Depeche Mode Devotional” – a sua obra prima – em 1993, “Don Van Vliet: Some YoYo Stuff” em 1994 e “Depeche Mode: One Night In Paris” em 2002. Actualmente, Corbijn prepara um biopic sobre Ian Curtis.

Texto de Eduardo Brito. Fotogramas extraídos de The Work Of Director Anton Corbijn, Ed. Director’s Label, 2005.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Grande documentário :)
Parabéns pelo programa!

7:44 PM  

Post a Comment

<< Home