26.1.06

Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart

Um novo rosto: descoberto em 2005, da autoria Johann Georg Edlinger,
retrata Mozart em Munique no ano de 1790.

Sinto o gosto da morte na boca, disse Mozart um dia antes da sua morte, a cinco de Dezembro de 1791. Para trás ficavam trinta e cinco anos de vida e seiscentas e vinte e seis obras escritas, começadas aos cinco anos, com um Andante em Dó para Piano K1, e terminadas na véspera da sua morte com o Requiem para Dó Menor K626. Fim e início em Dó. Wolfgang Amadeus (ou Amadé) Mozart nasce em Salzburgo, no número 9 da Getreidegasse em Salzburgo, às oito da noite do dia 27 de Janeiro de 1756.

O Finisterra de hoje navega à deriva na vastíssima obra de Wolfgang Amadeus Mozart. Não traça itinerários nem biografias. Não fala de mitos, do facto de todos os seus retratos serem manifestamente diferentes, de nunca nenhuma partitura escrita por si ter sido emendada, nem do síndroma de la tourette. Música, apenas e só. A mais bonita música alguma vez já feita, na opinião de muitos. A escassos sessenta minutos de entrarmos no dia do ducentésimo quinquagésimo aniversário do nascimento de um dos maiores génios da música de todos os tempos, é tempo de parar, fechar os olhos e ouvir. Ouvir a música de Johannes Chrysostomus Wolfgang Theofilus (ou Gottlieb [palavra alemã para Amadeus ou Amadé em latim]) Mozart.


Com realização e locução de Eduardo Brito, o Finisterra de 26 de Janeiro de 2006 tem o seguinte alinhamento:

1 – W.A. Mozart - Sinfonia nº 25 em Sol Menor, 1º Movimento - Maestro: Sir Neville Marriner
2 – W.A. Mozart - Ave Verum Corpus - Maestro: Johannes Wildner
3 – W.A. Mozart - Concerto para Cordas K 361 em Mi Menor, 3º Mov - Maestro: Sir Neville Marriner
4 – W.A. Mozart - Don Giovanni , Acto II, Commendatore - Maestro: Sir Neville Marriner
5 – W.A. Mozart - Música Fúnebre Maçónica - Maestro: Sir Neville Marriner
6 – W.A. Mozart - As Bodas de Fígaro, Abertura - Maestro: Carlo Maria Giulini
7 – W.A. Mozart - Idomeneo, Marcha - Maestro: Sir Neville Marriner
8 – W.A. Mozart - Missa em Dó Menor, Kyrie - Maestro: Sir Neville Marriner
9 – W.A. Mozart - A Flauta Mágica , Ária nº 14 (Rainha da Noite) - Maestro: Karl Bohm~
10 – W.A. Mozart - Requiem em Dó Menor, Introitus - Maestro: Herbert von Karajan

«Et à la plus jeune, Mlle Josepha, je demande bien pardon, pourquoi pas? - Pourquoi ne lui demanderais-je pas pardon? - Curieux! Je ne saurais vraiment pas pourquoi pas? - Je lui demande donc bien pardon de ne pas encore lui avoir envoyé la sonate que je lui ai promise; mais je la lui enverrai dès que possible. Pourquoi pas? - Quoi - Pourquoi pas? - Pourquoi ne l'enverrais-je pas? Pourquoi ne l'expédierais-je pas? - Pourquoi pas? - Curieux! Je ne saurais vraiment pas pourquoi? - Bon, vous me ferez bien ce plaisir. - Pourquoi pas? - Pourquoi ne me le feriez-vous pas? - Pourquoi pas? - Curieux! Je vous le fais bien, à vous, si vous voulez, pourquoi pas? - Pourquoi ne vous le ferais-je pas? - Curieux! Pourquoi pas? - Je ne saurais vraiment pas pourquoi pas?
Mozart, em carta datada de 5 de Novembro de 1777, extraída de um completíssimo trabalho sobre a vida do compositor publicado no L'Express de 26 de Dezembro de 2005.

19.1.06

Finisterra Azul.


Quem disse que a rádio não pode ter cor? Estamos numa viagem azul ou numa viagem ao azul da melodia. No programa de hoje, o Finisterra é azul tal como a terra é azul como uma laranja. E a música até tem um estilo chamado azul, que não aparece nesta hora colorida. Ou estará aqui sempre presente? Com realização azul e locução azulada de Eduardo Brito, o Finistera Azul de 19 de Janeiro tem o seguinte alinhamento:

1 - Cowboy Junkies - Blue Moon
2 – Red House Painters – Song For a Blue Guitar
3 – Antony & The Johnsons – Blue Angel
4 – The Velvet Underground – Pale Blue Eyes
5 – Nick Cave – Blue Bird
6 – Brian Eno – Deep Blue Sea
7 – The Beatles – Blue Jay Way
8 – Talvin Singh – Lost Blue Heaven
9 – Massive Attack – Blue Lines
10 – Rádio Macau – De Azul em Azul
11 – Passengers -Your Blue Room
12 – Depeche Mode – Blue Dress
13 – Nina Simone – Little Girl Blue

12.1.06

January Jingles.

Em 1980, os Residents lançaram um dos mais emblemáticos discos alguma vez registados. Partindo do raciocínio dos primeiros cinco pontos que abaixo transcrevemos, os Residents mostram toda a sua genialidade neste The Commercial Album.

Point One:
Pop music is mostly a repetition of two types of musical and lyrical
phrases: The verse and the chours.

Point Two:
These elements repeat an average of three times in a “top 40” radio edit.

Point Three:
Cut out the fat and a pop song is only one minute long

Point Four:
One minute is also the length of most commercials, and therefore, their
corresponding jingles.

Point Five:
Jingles are the music of America.

Point six:
This compact disc is terrific in shuffle play. To convert the jingles to
pop music, program each song to repeat three times.



No início dos anos 60, com vista à sonorização de uma série de anúncios publicitários, uma marca de tinta encomenda ao autor Ken Nordine uma série de textos musicados sobre cores e, à medida que a inspiração cresce e as composições nascem em catadupa, Ken Nordine reúne, em 1966, trinta e quatro dessas composições, num trabalho que não podia ter outro nome a não ser Colours.

Entre Residents e Ken Nordine, o Finisterra de hoje está carregado de jingles e não tem o patrocínio de rigorosamente ninguém. Realização e locução de Hugo Ferreira.

5.1.06

Big L em Alto Mar.

O Finisterra de 5 de Janeiro de 2006, com realização e locução de Hugo Ferreira, navega ao sabor dos spots e jingles de estação da Radio London, mais conhecida por Big L.



Entre 16 de dezembro de 1964 e 14 de Agosto de 1967 o navio Galaxy esteve ancorado fora das três milhas de àguas territoriais britânicas. Nas águas de ninguém emitia para todos e a Radio London, também conhecida por Big L era apelidada de rádio pirata mas como estava fora de àguas territoriais, nenhuma lei a regulava, logo não podia ser nem pirata nem ilegal. Don Pierson, homem de negócios do Texas ficou impressionado com o sucesso da Caroline, a primeira rádio offshore britânica. Certo de que podia exportar o formato de American top 40 da sua rádio local KLIF, no Texas, pensou inicialmente em emitir bobines da rádionorte-americana a partir do mar para terras de sua majestade, substituindo apenas os jingles de estação. Tencionava chamar-lhe KLIF London. Mas o público britânico não estava preparado para aquele modelo radiofónico e os anunciantes não se sentiam atraídos pelo estilo norte-americano. O antigo barco do exército norte-americano usado para varrer minas deixou o seu nome de Density para se passar a chamar Galaxy e albergar uma rádio a pouco mais de 3 milhas de Essex. Como a Texana KLIF era conhecida por Big K, esta Radio London cedo passoua ser chamada de Big L e Ben Toney, o director de programas, recrutou DJ’s da Austrália, Canadá, Quénia e Estados Unidos (neste último lote vinha aquele que mais tarde, e em plena BBC, se passou a chamar John Peel). De Inglaterra, para além de Peel - que tinha começado a fazer rádio nos Estados Unidos - só mesmo Kenny Everet que de Liverpool foi para o alto mar para se tornar num dos mais mediáticos nomes da estação. Em 1967, depois de várias ofensivas governamentais concertadas as rádios offshore acabaram e nesse mesmo ano foi criada a BBC radio 1 que acaboupor albergar alguns dos melhores elementos dessa estação emissora, a BIG L. Sem playlist e a apostar no humor britânico e na irreverência dos novos dj’s a Big L tornou-se um autêntico mito no universo radiofónico.
Bem-vindos a bordo.